O Sociólogo das ruas
"Vamos tomar um café?" A pergunta era sempre dita quando ele encontrava algum amigo. Na padaria, nos bares, aonde ele entre uma e outra cerveja proferia suas teses. As palavras tão difíceis. Quase ninguém entendia. Lá estava ele. Adentrando as madrugadas, com suas teorias polêmicas sobre homossexualismo, ou patologia, como costuma dizer. Difícil não lembrar da sua figura. Paletó xadrez, meio amassado. Um cigarro depois de outro. Claro café. Muito café. Dizia ele, ao balconista: "Café com perdulária".
A região do cento de Jundiaí, no interior paulista. Nunca foi a mesma depois da notícia de sua morte.
O seu desaparecimento, anunciado pelo locutor Afonso Pereira,
no boletim das notícias fúnebres. Foi, talvez, o fecho simplório, como ele era. O dia era vinte e oito de maio. O ano dois mil e quatro. No velório, que fora realizado de forma rápida. Apenas uma poucas pessoas.
Antes disso, ele foi a personagem de muitas reportagens em todos os veículos de mídia. O motivo? Bem, havia proposto uma troca, no mínimo inusitada. Receber um jazigo da prefeitura. Em contrapartida doaria a sua biblioteca particular, à municipalidade. Costumava repetir, a todos que o indagavam sobre a decisão. "Fiz um acordo com a morte".
Parecia haver conseguido o sucesso. Sem dúvida, foi uma sacada de marketing. Apesar dele ser avesso a isso. Talvez, nem conhecia tais técnicas. Mas, aproveitou bem os seus cinco minutos de fama.
Desapareceu aos sessenta e nove anos. |A doença misteriosa lhe tirou a vida. Alguns amigos, comentaram depois da notícia do passamento, que ele havia morrido de tanto beber café. Outros, mais racionais, afirmaram que o câncer havia lhe tirado a vida. O certo, ninguém saberá , ele não tinha filhos, nem mulher. Como ele mesmo falava, "anulei o meu casamento". Apenas um irmão e uns poucos amigos. Mais estes últimos, estavam um tanto quanto distantes. sua fama de "meio maluco". De palavras difíceis, acabava deixando o velho mestre, cada vez mais solitário. Talvez, tenha cansado da solidão. E resolveu partir deste mundo.
O certo, é que ele faz falta. Pode-se afirmar, que ele foi um tipo diferente, a andar pelas ruas centrais de Jundiaí. Também falta fazem, os locais em que ele frequentava. Bar do Lula (não o presidente), padaria Santa Cruz, A Paulicéa, antiga rodoviária da cidade. Tudo, parte de um passado, recente. Mas, muito importante, para todos que viveram e frequentaram aqueles locais. E claro, tiveram(como eu) o grato privilégio, de fazer parte do seleto grupo de amigos do sociólogo das ruas. Seu nome. Pois não:
ANTONIO GERALDO DE CAMPOS COELHO, Mestre Coelho. Aonde estiver. Descanse em paz. os dez anos de seu passamento, não foram esquecidos por este simplório amigo e seguidor.
Uma crônica para "o sociólogo das ruas". |
O seu desaparecimento, anunciado pelo locutor Afonso Pereira,
no boletim das notícias fúnebres. Foi, talvez, o fecho simplório, como ele era. O dia era vinte e oito de maio. O ano dois mil e quatro. No velório, que fora realizado de forma rápida. Apenas uma poucas pessoas.
Antes disso, ele foi a personagem de muitas reportagens em todos os veículos de mídia. O motivo? Bem, havia proposto uma troca, no mínimo inusitada. Receber um jazigo da prefeitura. Em contrapartida doaria a sua biblioteca particular, à municipalidade. Costumava repetir, a todos que o indagavam sobre a decisão. "Fiz um acordo com a morte".
Parecia haver conseguido o sucesso. Sem dúvida, foi uma sacada de marketing. Apesar dele ser avesso a isso. Talvez, nem conhecia tais técnicas. Mas, aproveitou bem os seus cinco minutos de fama.
Desapareceu aos sessenta e nove anos. |A doença misteriosa lhe tirou a vida. Alguns amigos, comentaram depois da notícia do passamento, que ele havia morrido de tanto beber café. Outros, mais racionais, afirmaram que o câncer havia lhe tirado a vida. O certo, ninguém saberá , ele não tinha filhos, nem mulher. Como ele mesmo falava, "anulei o meu casamento". Apenas um irmão e uns poucos amigos. Mais estes últimos, estavam um tanto quanto distantes. sua fama de "meio maluco". De palavras difíceis, acabava deixando o velho mestre, cada vez mais solitário. Talvez, tenha cansado da solidão. E resolveu partir deste mundo.
O certo, é que ele faz falta. Pode-se afirmar, que ele foi um tipo diferente, a andar pelas ruas centrais de Jundiaí. Também falta fazem, os locais em que ele frequentava. Bar do Lula (não o presidente), padaria Santa Cruz, A Paulicéa, antiga rodoviária da cidade. Tudo, parte de um passado, recente. Mas, muito importante, para todos que viveram e frequentaram aqueles locais. E claro, tiveram(como eu) o grato privilégio, de fazer parte do seleto grupo de amigos do sociólogo das ruas. Seu nome. Pois não:
ANTONIO GERALDO DE CAMPOS COELHO, Mestre Coelho. Aonde estiver. Descanse em paz. os dez anos de seu passamento, não foram esquecidos por este simplório amigo e seguidor.
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